terça-feira, 23 de agosto de 2011

E AGORA MANEL!...



MARIA, ACABARAM-SE AS FESTAS!...


E AGORA, MANEL!...

domingo, 21 de agosto de 2011

DESERTIFICAÇÃO DOS CENTROS HISTÓRICOS

Existem várias causas que estão na origem da desertificação de um grande número de cidades e vilas com centros históricos em Portugal. O envelhecimento dos edifícios, a sua reparação e manutenção dispendiosa, as dificuldades de acesso com restrições aos modernos meios de transporte e, quanto a mim o mais importante, o envelhecimento das populações com dificuldades de locumoção e a pouca atractividade na manutenção dos jovens nesses edifícios, são algumas das causas que se apontam para o êxodo para bairros periféricos, onde encontram melhores condições de habitabilidade.
Viana do Castelo é uma das cidades onde este fenómeno se acentua de dia para dia e onde as poucas pessoas que ainda teimam em viver, são importunadas por outro fenómeno preocupante e que vai acabar com o que resta dos poucos  moradores e não só.
Este fenómeno dá pelo nome de,  proliferação de bares noturnos, em locais onde ainda habitam pessoas e onde existem residenciais, importunam toda a noite o sossego merecido dos residentes e visitantes.
Viana do Castelo é uma cidade que vive o mês de Agosto intensamente, graças aos emigrantes, que anualmente regressam às suas aldeias para matar saudades, da família, da terra, dos costumes, das tradições. As ruas animam-se com tanta gente, o comércio vive um momento de ajuda, sente-se que a cidade transborda de alegria e animação.
Passadas as festas da Senhora d’Agonia a cidade morre, fica triste, por que não tem vida própria, não tem pessoas a viver que se movimentem e deem vida a outras actividades. O  comércio está igualmente em agonia, veem-se lojas e lojas fechadas, nas principais ruas da cidade.
Se alguém pensa que através da proliferação de bares noturnos resolve o problema da agonia do centro histórico, engane-se. Pelo contrário, esta «moda» vai acabar por afastar os poucos sobreviventes e algum comércio que ainda persiste em lutar, especialmente a hotelaria, sem condições para oferecer aos utentes que gostam em pernoitar nos centros das cidades, pela proximidade dos pontos de interesse, mas que no dia seguinte quer estar bem disposta para visitar Viana.
Ainda hoje o Jornal de Notícias se referia ao lixo constituído por garrafas de vidro, copos de plástico, guardanapos e toda a sorte de lixo deixado nas ruas da Ribeira do Porto durante a madrugada, pelos utentes dos bares noturnos que por lá abundam. É uma calamidade que invade os centros históricos das cidades portuguesas contribuindo para a degradação dos edifícios, do ambiente e da salubridade das populações que por lá teimam em viver.
Os bares noturnos são a última machadada no pouco de vida que ainda resta no centro histórico de Viana. Será esta animação que se pretende para Viana? 
Viana do Castelo, 2011-08-21
maolmar@gmail.com

quarta-feira, 27 de julho de 2011

DA ALMA DE VIANA . . .

É o título de um disco editado pela RONDA TÍPICA DA MEADELA no 51º aniversário.






Compoem o disco 18 temas numa síntese abrangente, dum vasto reportório cantado, tocado e dançado pela RONDA.
Está de parabéns o folclore Alto Minhoto e a Ronda Típica da Meadela  em particular, por este belo trabalho musical, muito bem orquestrado e executado.

sábado, 2 de julho de 2011

ACADEMIA SÉNIOR/MIGUEL TORGA

Os coordenadores do Clube de Leitura e do Ciclo de Estudos, duas temáticas disciplinares inseridas na Academia Sénior do Centro de Estudos Regionais, organizaram no passado dia 30 de Junho um passeio e romagem sentimental à terra onde nasceu o poeta e escritor Miguel Torga, São Martinho de Anta, no concelho de Sabrosa.


Os 40 elementos que fizeram parte deste evento, aguardaram pacientemente cerca de 45 minutos pelo autocarro que tardava em chegar, enquanto os organizadores, preocupados, tentavam em vão saber o motivo do atraso e providenciar na vinda rápida do mesmo, para não pôr em causa o sucesso da expedição.


Finalmente o autocarro chegou, justificado pelo motorista como um engano de escalonamento por parte das chefias. 
O atraso não permitiu sequer uma paragem para os mais «aflitos» das vias urinárias darem lugar ao prazer de descarregar o líquido contido na bexiga, porque havia horas a cumprir.


Embora caras, as Scut's que utilizamos até Vila Real, permitiram efectuar o trajecto entre Viana do Castelo e aquela cidade em duas horas, a que não foi alheia a perícia e destreza do motorista.
O autocarro estacionou na praceta principal de São Martinho de Anta, mesmo defronte ao busto do poeta. Enquanto uns se deleitavam na leitura das inscrições, outros tiravam fotografias para memória futura. Entretanto a guia chegou e, descendo a rua com o nome do poeta, dirigímo-nos à casa onde nasceu e onde em vida vinha passar temporadas.


A guia fez uma descrição sintética da vida e obra do autor, contou algumas passagens interessantes, foram lidos poemas por alguns participantes e dali rumamos novamente à praça principal onde se encontra o busto do poeta, à sombra do tronco seco dum «negrilho»  (nome como é conhecido o ulmeiro na região) que outrora acolheu o poeta nas tardes quentes de Verão. Foram lidos mais poemas e seguiu-se uma visita à Junta de Freguesia, mesmo ali ao lado, onde se encontram expostos alguns objectos que pertenceram a Miguel Torga que conjuntamente com outros à guarda da Junta, constituirão um museu, num espaço já existente destinado para esse efeito e outros eventos culturais.


A romagem não ficaria completa sem uma visita ao cemitério local onde, por vontade do poeta, jazem em campa rasa os seus restos mortais, conjuntamente com os de sua esposa, à sombra de um cipreste altivo e soberbo, como era o seu carácter, e de uma torga (urze), como era o seu pseudónimo.


Antes do almoço, apesar de alguns estômagos já estarem a «dar horas» (com fome), subimos ainda ao monte onde se encontra a capelinha da Senhora da Azinheira e o «mar de pedra» (metáfora usada pelo poeta para significar uma imensidão de pedra). Era um sítio privilegiado pelo poeta, com árvores seculares e onde se respira calma e inspira a meditação e dá asas ao engenho, não admira por isso que fosse um lugar dileto de Miguel Torga, durante as suas estadias na terra natal.


Foram lidos por elementos do Clube de Leitura alguns poemas e passagens dos livros de Torga, durante e no final do almoço, que foi servido num restaurante da freguesia de São Martinho de Anta, a que se associou o Presidente da Junta, num brinde em homenagem ao escritor/poeta.


Com os estômagos recompostos, a visita à Casa de Mateus, era a próxima etapa e um bom atractivo para os espíritos ávidos de história e, ali tão perto, era imperdoável não a visitarmos. Foi muito enriquecedora e bem guiada a visita à capela e palácio, com explicações muito precisas e documentadas, por duas equipas de simpáticas guias.


O tempo tardava e faltava ainda visitar um local muito querido do escritor/poeta, onde se refugiava para contemplar as belezas do Douro monumental e onde se inspirou para escrever alguns poemas que se encontram gravados nas pedras do monte de São Leonardo de Galafura.


Não há palavras para descrever a beleza que se desfruta deste maciço granítico apontado ao Douro, qual «proa dum navio de penedos, a navegar num doce mar de mosto», como diz o poeta.


Foi com pena que deixamos este lugar paradisíaco, mas o tempo escasseava e havia quem tivesse compromissos em Viana do Castelo, como era o meu caso.


Fica-nos a lembrança dum dia bem passado, cultivando o espírito e enriquecendo a mente de passagens e memórias que jamais olvidaremos.


Parabéns aos organizadores e dirigentes do CER que desta forma cumprem os objectivos e interesses do Centro de Estudos Regionais.

terça-feira, 14 de junho de 2011

POLINIZAÇÃO/BIODIVERSIDADE

O grande sábio alemão e prémio Nobel da Física Albert Einstein disse um vez que no dia em que deixarem de haver abelhas, a vida na terra tem os dias contados, não durará mais que quatro anos. 
Com efeito, esses pequenos seres vivos que a maioria tanto detesta, por associarem a elas as picadas e inchaços, que num acto desesperado e suicida, acabam por ter de praticar para, em última análise, se defenderem, são a sobrevivência da humanidade que tanto as ataca e maltrata.
As frutas que comemos e as sementes que germinam de ano para ano, são uma consequência de um acto simples praticado por insectos dos quais os mais importantes são as abelhas. Esse acto singelo mas duma importância extrema para a biodiversidade denomina-se polinização e consiste na passagem do pólen das anteras das flores onde se produz para o estigma das angiospérmicas ou para o óvulo das gimnospérmicas, sobre o qual vai germinar.
É através de milhares de visitas que diariamente fazem às flores que as abelhas transportam nas patas o pólen que vai fecundar os estigmas ou ovários consoante se trate de plantas angiospérmicas ou gimnospérmicas.
Para além das abelhas existem outros agentes como o vento, os pássaros, a água e outros animais em menor escala, que contribuem para a polinização e preservação da biodiversidade.

Da polinização aos frutos


 à comercialização 


Além desta importante tarefa desenvolvida pelas abelhas durante a captura do néctar e pólen existente nas flores das plantas melíferas, elaboram utilíssimos produtos que desde os tempos mais remotos o homem se habituou a utilizar e que são duma riqueza energética de inigualável valor. Estão neste caso o mel, o pólen, a geleia real(o alimento da rainha) e o pão de abelha (o alimento das abelhas produzido através da mistura de mel, pólen e duma enzima produzida no aparelho digestivo das abelhas).
Para além destes produtos as abelhas ainda produzem a cera e o propólis  que dão origem a subprodutos de valor económico considerável como sejam as velas e outros artefactos de interesse e através do propólis é obtida a tintura de propólis com um alto teor cicatrizante bem como outros produtos farmacêuticos.
Por tudo o que foi referido devemos ter uma grande simpatia por esses pequenos seres que tanto contribuem para a nossa sobrevivência quer produzindo o mel e outros produtos que consumimos, mas especialmente pelo papel fundamental que desempenham na preservação da biodiversidade.
Ninguém gosta de ser picado, mas lembremo-nos que também há tratamentos curativos através de picadas localizadas de abelhas  que se denomina por apiterapia.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ÁRVORES MELÍFERAS

Todos nós, quer vivamos no campo ou na cidade, deparamos diariamente com arbustos e árvores que nem sempre damos valor.
Estão neste caso duas espécies de árvores melíferas que atraem pelos aromas dos seus nectares muitos insectos, em especial as abelhas (apis mellífera) mais comuns no nosso país, produtoras de mel.
O mel é um alimento que se encontra normalmente no estado líquido viscoso e açucarado, que é produzido pelas abelhas a partir do nectar recolhido das flores e processado pelas enzimas digestivas desses insectos, sendo armazenado em favos nas colmeias para servir-lhes de alimento[1].
Existem vários tipos de mel, dividindo-se em monofloral e plurifloral, consoante é proveniente de uma ou várias espécies florais respectivamente. É muito difícil produzir um mel floral, contudo a predominância de uma flor determina a designação do mel (rosmaninho, urze, eucalipto, etc.).



TÍLIA - género botânico pertencente à família das Malvaceae. A tília de folhas grandes (Tília Platyphyllos Scop.)  é a mais habitual na nossa zona (Norte e centro da Península Ibérica), sendo no entanto originária da Ásia Ocidental.



É uma árvore de sombra agradável, razão porque é utilizada no adorno de ruas, parques e jardins das nossas cidades. Devido à natureza da sua madeira é também cultivada com fins florestais. É uma árvore de grande porte podendo atingir cerca de 30 metros de altura.

As flores de tíla são de cor branca, creme ou amareladas, muito ricas em néctar, constituindo uma importante fonte de colheita para as abelhas. O mel de tília é muito aromático e de boa qualidade.



METROSIDERO - é uma árvore da família das Myrtaceae com cerca de 50 espécies, dentre as quais destacamos  o Metrosidero Excelsa. 

É uma árvore de médio porte oriunda das Ilhas do Pacífico (Nova Zelândia, Nova Caledónia, Nova Guiné e Havai) muito utilizada como árvore ornamental e especialmente como árvore de abrigo em zonas costeiras, devido à resistência das suas folhas ao salitre.



Estas árvores são também apelidadas de «árvore do fogo» ou «eucaliptos vermelhos», devido à cor das suas flores de estames vermelhos, ricos em néctar que por isso atraem as abelhas e outros insectos e difundem um cheiro perfumado.



Na Nova Zelândia, donde se supoe que é originária, é usual chamar-se pelo nome indígena «pohutukawa», que quer dizer em linguagem maori, «salpicado pelo mar», pela resistência que oferecem ao salitre e à água do mar, dando-se bem em solos inóspitos.[2]
Ainda na Nova Zelândia é chamada de «árvore do Natal».
[1], [2]- Wikipédia

sábado, 30 de abril de 2011

ERAM JOVENS, BELAS, CHEIROSAS...




Estes dois cepos pertenceram a duas tílias majestosas que existiram no Bairro do Jardim até há um ano atrás e que foram mortas não se percebe bem para quê.Em sua substituição foram plantados castanheiros da Índia , valha-nos ao menos isso. Eram árvores saudáveis como se pode ver pelas imagens. Exalavam um cheiro divinal na primavera. Davam frescura no verão. Coloriam o outono  e escoavam o vento no inverno. Não havia mal para o ambiente nem para a humanidade. Cometeu-se um crime ambiental.



Mais um atentado ao ambiente. Desta vez coube a pouca sorte a três plátanos na Urbanização Capitães de Abril (1.ª fase) junto ao café Vital. Estas árvores foram plantadas há cerca de 25 anos quando esta urbanização foi construída. Eram jovens e robustas como se comprova na imagem. Frondosas, eram apetecidas na canícula do verão.
De há uns tempos a esta parte, Viana está a ser despojada de árvores. Foi na Rua Fiúza Júnior há uns anos, na rua Camilo Castelo Branco há 2 anos, que eu me lembre. Nesses locais colocaram-se árvores ornamentais tipo cerejeiras, etc.
Está na moda !!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

DR. WILLIAM GANONG E A TERRA DOS BACALHAUS


Homenagem  ao sábio e investigador  Canadiano Dr. William Ganong, inscrita na base do monumento a João Álvares Fagundes, em Viana do Castelo.

William Ganong nasceu em Carleton, New Brunswick, Canadá em 19-02-1864 e faleceu em Saint John, New Brunswick, Canadá a 07-09-1941 com 77 anos de idade.
Da sua formação académica consta um bacharelato em artes pela Universidade de New Brunswick e um mestrado em 1886. Em 1887 vai para Boston onde obtém um AB na Universidade de Harvard e, mais tarde, em 1894, desloca-se à Europa onde faz um doutoramento em biologia na Universidade de Munique.
Era um naturalista convicto, com apetência e talento para línguas (Francês, Alemão, Maliseet e Mi'kmaq) línguas que contribuíram e complementaram as suas investigações.
Como historiador e cartógrafo dedicou-se à investigação da toponímia indígena nas Províncias marítimas do Golfo de São Lourenço, tendo apresentado em 1889 um documento sobre a cartografia do Golfo de São Lourenço da década de 1530 a 1604.
O desenvolvimento e conhecimento desses mapas permitiu a localização dos principais locais históricos existentes na região do Golfo de S. Lourenço, por onde os portugueses andaram nesse período, entre eles o vianense João Álvares Fagundes.[1]

[1] Compilado com base em elementos extraídos de «en.wikipedia.org/wiki»

quinta-feira, 31 de março de 2011

GIRASSOL


Pormenor do café-bar «Girassol» da autoria do desenhador, pintor e escultor Carolino Ramos, nos anos 30 do século XX.

quarta-feira, 30 de março de 2011

VIANA EM AZULEJOS


Painel de azulejos da autoria do pintor Rui Pinto colocado no Centro Comercial Santa Luzia, representando a cidade e o Monte de Santa Luzia.

sexta-feira, 18 de março de 2011

FAINA MAIOR em Viana


No próximo dia  1 de Abril pelas 17.00 horas vai ser lançada em Viana do Castelo a 2.ª edição do livro "Faina Maior - A pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova".
O evento terá lugar a bordo do navio «Gil Eanes» numa colaboração entre a Fundação Gil Eanes e o Museu Marítimo de Ílhavo e contará com a presença de um dos autores ainda vivo, a Dra. Ana Maria Lopes, que nos anos noventa (1996) quando ainda era Directora do Museu Marítimo de Ílhavo escreveu a primeira edição de parceria com o saudoso capitão Francisco Marques que a Quetzal editou.
A obra era tão boa que em pouco tempo esgotou e daí para cá muitas têm sido as solicitações para a reedição  deste testemunho incomparável do que foi a Faina Maior nos mares da Terra Nova, em busca do «fiel amigo», tão apetitoso e desejado à mesa dos portugueses.
A Dra. Ana Maria Lopes deu-nos a oportunidade de podermos adquirir um ou mais exemplares reeditando o livro com novo visual gráfico e melhoria das imagens.



Lanço um apelo aos Vianenses, e não só, para estarem presentes no lançamento do livro em Viana do Castelo e aproveitar para visitar duas exposições que estão presentes a bordo do navio, «A Pesca do Bacalhau - navios bacalhoeiros de Viana do Castelo» e Bernardo Santareno - pseudónimo e antónimo Martinho do Rosário: vida e obra». 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PESCA DA LAMPREIA NO RIO LIMA

Num lindo dia de Inverno a cheirar a Primavera, propício a uma caminhada à beira Lima, deparei com pouco mais de meia dúzia de barcos a largar as redes "lampreeiras" entre a Praça da Liberdade e a Marina.



Não resisti a tirar  umas fotos para o meu álbum "Trechos de Viana", por que este cenário é digno de registar nas memórias da cidade.


À conversa com os pescadores, num momento de pausa para dar espaço aos colegas, soube que o mês de Janeiro não deixou saudades. As águas estão frias e a lampreia não sobe, dizia o jovem pescador que anda com o pai no barco de "água arriba", característico do rio Lima.



A pesca à lampreia é feita por turnos, dois de dia e um de noite. Os que vivem da pesca no rio ou no mar têm de descontar para a lota sobre 5.000 euros, enquanto outros que só tiram licença para o período da lampreia pagam apenas imposto sobre 400  euros. É uma injustiça senhor, não acha?


À ordem do pai o rapaz lá foi para novo lanço, largar duas casseias de redes. Outrora largavam quantas quisessem e faziam mais pescaria, disse com ar de quem não estava de acordo com as novas regras. 
Talvez devido a esse abuso de outrora, a pesca agora se esteja a ressentir, pensava eu com os meus botões, enquanto contemplava o largar das redes de tresmalho que o barco ia estendendo perpendicular ao curso do rio.


Um tempo de espera para dar ensejo à rede de apanhar alguma "vadia" e vai de alar a rede por que o turno está a terminar e é hora de ir comer uma "buxa" e beber um "tintol". Pelo alar do saco parece que o turno não foi mau. 



É assim a pesca da lampreia, por vezes incerta, outras mais compensadora, como toda a pesca, mas sempre ingrata e trabalhosa para quem dela vive. Quem gosta e aprecia o paladar deste raro ciclóstomo, não olha a dinheiro para comer um saboroso "arroz de Lampreia" ou uma lampreia "à bordalesa", regada com um bom vinho tinto ou para os apreciadores do vinho verde, um bom "vinhão".
Bom apetite.