Graças ao empenho da minha amiga Armanda Santos, uma das
intérpretes, acabo de assistir à última sessão extra da primeira encenação da
peça «Anjo Branco», exibida a bordo do navio-museu «Gil Eannes».
A divulgação do evento foi tão boa que os bilhetes para as
três sessões programadas para os dias 22,28 e 29 de maio esgotaram rapidamente.
Ainda bem que a organização resolveu efectuar duas sessões extra nos dias 4 e 5
de junho, de contrário não teria oportunidade de assistir e rever momentos hilariantes
e dramáticos, alguns que me fizeram humedecer os olhos de emoção e comoção.
A criação artística esteve a cargo do encenador inglês Graeme
Pulleyin que soube interpretar e transpor para cena com humor, caso das
passagens da cozinha ou das idas a terra ou com dramatismo e angústia as cenas
da casa da máquina, da capela, da enfermaria e a memória de Bernardo Santareno
nas interpretações do convés. Por esta maravilhosa e comovente encenação os
meus parabéns.
A todas as pessoas que direta ou indirectamente contribuíram
para por em cena esta peça que retrata duma forma fidedigna, quase real, a vida
dura da pesca do bacalhau à linha, igualmente os meus parabéns.
Por último quero fazer um repto: quando houver oportunidade
levem de novo à cena esta peça. É uma forma de transmitir às gerações vindouras
a memória da pesca do bacalhau, que tanto engrandeceu Viana, apesar das agruras
por que passaram os verdadeiros intérpretes – os pescadores.
Viana do Castelo, 2016-06-05
Manuel de Oliveira Martins
maolmar@gmail.com