quarta-feira, 27 de julho de 2011

DA ALMA DE VIANA . . .

É o título de um disco editado pela RONDA TÍPICA DA MEADELA no 51º aniversário.






Compoem o disco 18 temas numa síntese abrangente, dum vasto reportório cantado, tocado e dançado pela RONDA.
Está de parabéns o folclore Alto Minhoto e a Ronda Típica da Meadela  em particular, por este belo trabalho musical, muito bem orquestrado e executado.

sábado, 2 de julho de 2011

ACADEMIA SÉNIOR/MIGUEL TORGA

Os coordenadores do Clube de Leitura e do Ciclo de Estudos, duas temáticas disciplinares inseridas na Academia Sénior do Centro de Estudos Regionais, organizaram no passado dia 30 de Junho um passeio e romagem sentimental à terra onde nasceu o poeta e escritor Miguel Torga, São Martinho de Anta, no concelho de Sabrosa.


Os 40 elementos que fizeram parte deste evento, aguardaram pacientemente cerca de 45 minutos pelo autocarro que tardava em chegar, enquanto os organizadores, preocupados, tentavam em vão saber o motivo do atraso e providenciar na vinda rápida do mesmo, para não pôr em causa o sucesso da expedição.


Finalmente o autocarro chegou, justificado pelo motorista como um engano de escalonamento por parte das chefias. 
O atraso não permitiu sequer uma paragem para os mais «aflitos» das vias urinárias darem lugar ao prazer de descarregar o líquido contido na bexiga, porque havia horas a cumprir.


Embora caras, as Scut's que utilizamos até Vila Real, permitiram efectuar o trajecto entre Viana do Castelo e aquela cidade em duas horas, a que não foi alheia a perícia e destreza do motorista.
O autocarro estacionou na praceta principal de São Martinho de Anta, mesmo defronte ao busto do poeta. Enquanto uns se deleitavam na leitura das inscrições, outros tiravam fotografias para memória futura. Entretanto a guia chegou e, descendo a rua com o nome do poeta, dirigímo-nos à casa onde nasceu e onde em vida vinha passar temporadas.


A guia fez uma descrição sintética da vida e obra do autor, contou algumas passagens interessantes, foram lidos poemas por alguns participantes e dali rumamos novamente à praça principal onde se encontra o busto do poeta, à sombra do tronco seco dum «negrilho»  (nome como é conhecido o ulmeiro na região) que outrora acolheu o poeta nas tardes quentes de Verão. Foram lidos mais poemas e seguiu-se uma visita à Junta de Freguesia, mesmo ali ao lado, onde se encontram expostos alguns objectos que pertenceram a Miguel Torga que conjuntamente com outros à guarda da Junta, constituirão um museu, num espaço já existente destinado para esse efeito e outros eventos culturais.


A romagem não ficaria completa sem uma visita ao cemitério local onde, por vontade do poeta, jazem em campa rasa os seus restos mortais, conjuntamente com os de sua esposa, à sombra de um cipreste altivo e soberbo, como era o seu carácter, e de uma torga (urze), como era o seu pseudónimo.


Antes do almoço, apesar de alguns estômagos já estarem a «dar horas» (com fome), subimos ainda ao monte onde se encontra a capelinha da Senhora da Azinheira e o «mar de pedra» (metáfora usada pelo poeta para significar uma imensidão de pedra). Era um sítio privilegiado pelo poeta, com árvores seculares e onde se respira calma e inspira a meditação e dá asas ao engenho, não admira por isso que fosse um lugar dileto de Miguel Torga, durante as suas estadias na terra natal.


Foram lidos por elementos do Clube de Leitura alguns poemas e passagens dos livros de Torga, durante e no final do almoço, que foi servido num restaurante da freguesia de São Martinho de Anta, a que se associou o Presidente da Junta, num brinde em homenagem ao escritor/poeta.


Com os estômagos recompostos, a visita à Casa de Mateus, era a próxima etapa e um bom atractivo para os espíritos ávidos de história e, ali tão perto, era imperdoável não a visitarmos. Foi muito enriquecedora e bem guiada a visita à capela e palácio, com explicações muito precisas e documentadas, por duas equipas de simpáticas guias.


O tempo tardava e faltava ainda visitar um local muito querido do escritor/poeta, onde se refugiava para contemplar as belezas do Douro monumental e onde se inspirou para escrever alguns poemas que se encontram gravados nas pedras do monte de São Leonardo de Galafura.


Não há palavras para descrever a beleza que se desfruta deste maciço granítico apontado ao Douro, qual «proa dum navio de penedos, a navegar num doce mar de mosto», como diz o poeta.


Foi com pena que deixamos este lugar paradisíaco, mas o tempo escasseava e havia quem tivesse compromissos em Viana do Castelo, como era o meu caso.


Fica-nos a lembrança dum dia bem passado, cultivando o espírito e enriquecendo a mente de passagens e memórias que jamais olvidaremos.


Parabéns aos organizadores e dirigentes do CER que desta forma cumprem os objectivos e interesses do Centro de Estudos Regionais.